HORA DA LEITURA

O CARAMELO AZUL

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Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

DISTRAÇÃO

As mãos são de Eurídice
As pupilas, do senhor reitor
A alma, do outro mundo
Mas a mesa é do imperador

As noites são de Cabíria
A montanha, de Maomé
A profissão, da Senhora Warren
E a dinastia, de Lao-Tsé

As neves, do Kilimanjaro
As muralhas, de Jericó
O fio é da navalha
Mas a tumba é do Faraó

A aurora, da minha vida
As sandálias, do pescador
O dossiê, de Odessa
E a escultura, do Pensador

A casa, da mãe Joana
Salve-se! É de quem puder
O calçadão, de Copacabana
Mas a asa é da Panair

A teoria geral é do Estado
O samba, do avião
O retrato é de Dorian Gray
E o manto sagrado, do Mengão

O calcanhar é de Aquiles
O massacre: do Carandiru
As memórias póstumas, de Brás Cubas
Mas o balneário é de Camboriú

A relatividade é de Einstein
A caverna, de Platão
Einstüerzende é de Neubauten
E fogueira é de São João

O pico é da bandeira
As tranças, de Rapunzel
O Rio é de janeiro
Mas na dúvida, é do réu

Os voluntários, da pátria
O cinto, da castidade
O rufo, do tambor
E as rugas, da terceira idade

O lago é dos cisnes
A senha, do cartão
A dama, do vagabundo
Mas o luar, do sertão

As coxas, da secretária
O exército, de Brancaleone
O circo é du Soleil
E a linha, do telefone

O balanço é das horas
O vinho é do porto
O mundo é das mulheres
Mas o espírito é de porco

O medo é do escuro
A fofoca, da candinha
O jornal é dos Sports
E a voz é da vizinha

A tropa é da elite
A turma: do funil
A granja é do torto
Mas Ayrton Senna é do Brasil

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